“Numa cidadezinha indolente do
Condado, um jovem hobbit é encarregado de uma
imensa tarefa. Deve empreender
uma perigosa viagem através da Terra-média até as Fendas da Perdição e lá
destruir o Anel do Poder – a única coisa que impede o domínio maléfico do
Senhor do Escuro.”
“Um dia houve uma guerra tão
definitiva que rompeu o mundo, e no girar da Roda do Tempo que ficou na memória
dos homens virou esteio das lendas. Como a que diz que quando as forças
tenebrosas se reerguerem, o poder de combate-las renascerá em um único homem, o
Dragão, que trará de volta a guerra e, de novo, tudo se fragmentará.”
“Quatro anos se passaram desde
que as raças mortais se agruparam e enfrentaram unidas o poderio da Legião
Ardente. Mesmo que Azeroth tenha sido salva, o pacto tênue entre Horda e
Aliança praticamente evaporou. Os tambores da guerra trovejam novamente.”
Estas são algumas sinopses
retiradas de conhecidas obras de alta fantasia. A primeira, A Sociedade do Anel
de J.R.R. Tolkien, a segunda O Olho do Mundo de Robert Jordan e a última, um
trecho da cinemática de World of Warcraft. As semelhanças de suas premissas são
notáveis, bem como suas narrativas são expressas, bem como como as ideias que
construíram seus respectivos universos.
A saga do anel e do dragão
renascido de Tolkien e Jordan centralizam suas narrativas em um eixo de
personagens específicos. Da Sociedade do Anel ao Retorno do Rei acompanhamos
Frodo Bolseiro, Samwise Gangi, Merry Brandebuque, Pippin Tûk, Aragorn, Legolas,
Gmili, Boromir e Gandalf. Em A Roda do Tempo, título da saga de Jordan,
seguimos também um grande elenco, formando por Rand Al’Thor, Mat, Perry,
Nynaeve, Egwene, Moiraine, Lan e Loial. Nitidamente influenciado por Tolkien, a
narrativa de Jordan também separa seus personagens durante o percurso
combatendo as forças do antagonista maior (Sauron e o Tenebroso).
Mesmo que ambas mitologias
literárias bebam das mesmas fontes, no caso a mitologia nórdica e céltica (cabe
ressaltar que a Roda do Mundo traz alguns conceitos orientais), a obra de
Tolkien se destaca pele seu pioneirismo que, como já destacado, inspirou as
gerações seguintes de autores como o próprio Robert Jordan e o George Martin,
autor das Crônicas do Gelo e do Fogo.
Warcraft, como a maioria dos
jogos de RPG (tabuleiros ou games digitais) carregam quase que inevitavelmente
a carga tolkieniana na construção de
suas narrativas. A premissa de Warcraft Orcs vs Humans (1994) é,
superficialmente, a mesma de O Senhor dos Anéis. Dois grupos em conflito. O
“porém” da narrativa do jogo está na fuga do maniqueísmo que a maiorias da
obras fantásticas tendem a seguir.
Se por um lado, homens lutam
contra as forças Orquicas dos Uruk-hai de Saruman na batalha no Abismo de Helm
narrado no livro As Duas Torres como
um antagonismo bem versus mal, a luta dos humanos de Ventobravo contra os Orcs
de Draenor representa na verdade um conflito de perspectivas compreensíveis de
ambos os lados. Este é um elemento fio-condutor para a grande teia do enredo
que se estende de Warcraft à World of Warcraft descrito nas Crônicas. A grande
narrativa, Lore, não centra em
personagens. Há figuras reconhecidas como importantes para cada evento, porém a
mitologia azerothiana, além de fugir
do dualismo recorrente é expandida para diversos momentos de sua vasta
cronologia.
Se nos atermos as semelhanças, o
suposto dualismo tolkieniano ainda
fica em evidencia na narrativa de Warcraft. Por exemplo, a geografia dos dois
universos. Azeroth e Arda possuem a esquematização segregacionista. Em Tolkien
temos a Terra Média no leste e as Terras Imortais no oeste, enquanto Azeroth
abarca Kalimdor e os Reinos do Leste:
Em Tolkien os elfos, originários
das terras dos oeste e viajaram para o leste. Destino semelhante os Altos Elfos
corrompidos após a Guerra dos Anciões.
É evidente que os meios comunicativos
das mitologias são em sua origem divergentes, mas agora nem tanto. O Senhor dos
Anéis nasceu como livros, enquanto Warcraft como enredo de um game. O ponto de
convergência é que ambas agora possuem adaptações cinematográficas, O Senhor
dos Anéis dirigido por Peter Jackson entre 2001 e 2003 e Warcraft: O Primeiro
Encontro de Dois Mundos, dirigido por Duncan Jones em 2016. Mais ainda, o
universo de Azeroth também ganhou as paginas de diversos romances. O complexo do
qual estamos diante é o de uma obra origem
e uma obra originada que foram
transpostas para a linguagem cinematográfica.
Válido destacar que o período
atual, que acredito compreender a segunda década do presente século, está sendo
constituído por uma forte popularização e investimentos no gênero da Alta Fantasia. Mais profundamente, o
gênero Fantástico que aqui entendo,
sob a égide de David Allen, como o gênero que engloba tanto a fantasia como a
ficção científica estão em evidência não só no cinema mas também nas produções
televisivas. Mesmo tendo sido lançado no inicio dos anos 2000, contemporâneo aos
lançamentos da também obra de fantasia Harry
Potter, O Senhor dos Anéis de Jackson pôs credibilidade ao gênero para além
dos livros. É coerente afirmar que sem tal sucesso a adaptação das Crônicas do
Gelo e do Fogo na série da HBO Game of
Thrones seria impossibilitada.
Game of Thrones (2011) por
sua vez é a obra chave do período que acima assinalei. A série fortificou o gênero
da fantasia e de caráter medieval. Em seu encalço Vikings, série medieval, também se notabilizou, e em paralelo a
tais produções, O Hobbit ganhou sua
adaptação cinematografia pelas mesmas mãos de Peter Jackson. No que diz respeito
as ficções científicas, o cinema do século XXI ficou lotado de produções do gênero,
umas ruins e outras ótimas, de Transformers
à Distrito 9. Esse gênero ganhou tanto
espaço que nos últimos anos sempre há um representante na corrida para Melhor Filme no Oscar.
Nesse contexto de popularidade do
Fantástico, e em especifico da Fantasia, a produção de um filme de
Warcraft finalmente se estabeleceu, após anos de boatos e cancelamentos. Desta
forma, o filme surge quando há um público com maior contato com universos “estranhos”,
com conflitos entre criaturas horrendas. Bem diferente do publico que assistira
O Senhor dos Anéis quase 15 anos antes.
Mesmo com a má recepção nas
bilheterias, Wacraft: OPEDM recebeu críticas
positivas. Mesmo se tratando de um filme com extensa presença de efeitos
especiais, esteticamente a obra ainda guarda uma organicidade quem nem o Episódio
II de Star Wars ou 300 conseguem arcar.
O problema do filme muito provavelmente
foi o mesmo o qual Peter Jackson se deparou ao adaptar O Senhor dos Aneis. Como converter em filme um universo
extremamente grande e complexo?
Aí talvez more a falha do filme
enquanto obra narrativa de fantasia: a simplificação. O universo de Azeroth é
muito mais do que apenas um conflito entre Orcs e Humanos (assim como SDA também
não o é). Mesmo apresentando de forma coerente o mundo de Azeroth para “leigos”,
o filme traz consigo uma série de elementos mal explicados. A figura de Medivh
se converte em um Gandalf sem rumo, Anduin como um Aragon sem carisma. É difícil
inclusive ser compassível com a luta de sobrevivência dos Orcs, e Ventobravo é só
uma Minas Tirith que também não se sabe nada.
Enquanto a adaptação do roteiro
de Senhor dos Anéis se mostra abrangente para capturar o espectador comum,
Warcraft confia no espectador jogador e no espectador familiarizado com a
fantasia. O universo de Azeroth é tão vasto que apenas uma serialização abarcaria
de forma satisfatória algum dos eventos marcantes da lore desse universo.
Cabe agora esperar o futuro da franquia
nos cinema (se é que há futuro) ou torcer para uma adaptação em série da
narrativa. O universo de Tolkien, como confirmado recentemente, será
serializado pela Amazon. Cabe também torcer para que o mesmo que aconteceu a
Terra Média, aconteça com Kalimdor e os Reinos do Leste.
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